Buscapé

domingo, 23 de dezembro de 2012

Envelhecer Bem


Caros colegas,
Nessa época do ano é um pouco dificil manter o ritmo das postagens pois são muitas confraternizações, visitas das filhas, genros e netos, enfim... muitas atividades. Mas acabei de ler uma reportagem na revista Isto é e apesar de não ser nenhuma novidade pra mim gostei demais, vou postar aqui pra vocês. Segue abaixo:
A clássica imagem do velhinho de pijama, em frente à tevê, cuja maior audácia é sair de casa para jogar dominó com os amigos do bairro, está com os dias contados. Um novo padrão de envelhecimento está em curso. Conhecido como “envelhecimento ativo”, ele nem de longe lembra a resignação com que os idosos do passado se aposentavam do trabalho e da vida social. Saudáveis, dispostos a continuar em atividade por mais tempo e, graças aos bons ventos da economia, com dinheiro no bolso, muitos brasileiros que romperam a barreira dos 60 anos provam que é possível dialogar com a passagem do tempo harmoniosamente. “Negar o envelhecimento é negar a própria vida”, afirma a geriatra Andrea Prates, coordenadora executiva do Centro Internacional de Informação para o Envelhecimento Saudável (Cies), criado em 1999 para divulgar a promoção da saúde na terceira idade. Em 2050, 30% da população brasileira terá mais de 60 anos – hoje eles somam apenas 5,8%. Diante dessa estatística, o Brasil começa a entrar no padrão europeu e americano no que diz respeito à terceira idade: oferece opções de lazer e consumo compatíveis e de alta qualidade, (re)abre portas – e cria novas possibilidades – no mercado de trabalho e acena com simpatia para as relações que se formam depois dos netos nascidos
As empresas descobriram esse filão, um verdadeiro tesouro de mercado. Na tevê, uma propaganda de telefonia celular sinaliza os ventos de mudança. No filme, a avó conversa animada com o namorado ao telefone, sob o olhar e os comentários desaprovadores do neto adolescente, que comemora o fato de o pretendente morar em outra cidade. Quando o idoso bate à porta, em visita à amada, o menino ensaia uma cena de ciúme. Mas logo surge uma neta coquete. E o casal maduro ganha o aval do garoto instantaneamente. “Há riqueza na longevidade”, destaca Jorge Félix, autor do livro “Viver Muito” (Editora Leya). Segundo a psicóloga Camila Piza, consultora da Mandalah, empresa de inovação sediada em São Paulo, com braços em Nova York, Cidade do México e Tóquio, a iniciativa privada deve ficar atenta às oportunidades geradas pelo envelhecimento da população. “Afinal, as tendências não estão mais ligadas à idade”, afirma. Os fabricantes se apressam para aprender a ler as necessidades e os desejos dessa faixa etária. Nos Estados Unidos, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou, no final dos anos 1990, o AgeLab, um laboratório de estudos sobre a longevidade cuja função é desenvolver ferramentas que orientem a indústria na feitura de produtos seniores. “A maioria dos idosos não gosta das coisas que hoje são feitas para eles”, atesta o diretor do AgeLab, Joseph F. Coughlin.

O turismo do Brasil já passou dessa fase e sabe direitinho como agradar aos clientes maduros. Com engrenagem e serviços de Primeiro Mundo, o setor oferece opções para todos os gostos – até para aqueles que não querem excursões só com a terceira idade. Apenas através do programa Viaja Mais Melhor Idade, do Ministério do Turismo, entre 2007 e 2010 mais de 600 mil pacotes foram vendidos a idosos. O mercado de trabalho é outro importante sinal de transformação. Com uma carência cada vez maior de profissionais especializados, como na área de engenharia, cujo boom nas universidades foi na década de 1970, os mais experientes estão valorizados e muitas vezes são chamados de volta ao mercado, em ebulição com a efervescência da construção civil nacional. Em suma, o paradigma de que quem chegou aos 40 ficou velho, definitivamente, caiu em desuso.

Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no País, que alcançava 41,5 anos sete décadas atrás, ­atualmente ultrapassa os 73 anos. E mudanças de comportamento são fundamentais para o aumento da longevidade, atestam os especialistas. Em um estudo realizado pela Enfoque Pesquisas com brasileiros acima de 55 anos, foram detectados três grandes grupos nessa faixa etária – os idosos convencionais cujo papel social ainda é cuidar dos netos; os que se recusam a aceitar a idade que têm e continuam se comportando como jovens; e os celebrators, os que aceitam com sabedoria a chegada da nova fase, usando a experiência de vida para se manterem ativos, cuidando do vigor físico e da saúde mental. “Os chamados boomers, aqueles nascidos entre 1946 e 1964, estão inaugurando esse estilo de vida”, explica Zilda Knoploch, presidente da Enfoque. 

Dentro do projeto de vida saudável na terceira idade está inclusa a atividade profissional, mesmo depois da aposentadoria. “Em 30 anos, teremos horários mais flexíveis, muita gente trabalhando em casa e cada vez mais autônomos prestando serviço para empresas de diversos setores”, acredita o consultor de carreira Cristian Stassun. “São cenários que favorecem os que já estão há muito tempo no mercado e querem reduzir suas jornadas sem partir para a aposentadoria.” O mercado também está tendo de absorver os mais velhos por uma questão matemática, pois há mais gente sênior e qualificada na praça e menos jovens desse quilate disponíveis. “Os dados mostram que aquela história de quem perde emprego aos 50 não arranja nunca mais está mudando”, diz Ana Amélia Camarano, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em envelhecimento. De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2010, o número de assalariados com mais de 65 anos cresceu 12%, o dobro da média. Segundo Stassun, deve crescer também o número de brasileiros que irão migrar de carreira após os 50 ou trocar a profissão por um hobby remunerado. “Também veremos um boom de empreendedores seniores.” As áreas mais promissoras para a terceira idade, segundo Matilde Berna, diretora de transição de carreira da Right Management, são engenharia, TI, telecomunicações, direito e área acadêmica. “Eles podem atuar como consultores, prestadores de serviços terceirizados ou firmarem contrato formal por tempo limitado, para reestruturar a área de uma empresa, por exemplo”, diz.
Em uma pesquisa feita pelo site Minha Vida a pedido da ISTOÉ, 65,7% dos sete mil entrevistados disseram que querem continuar no batente depois de se aposentarem. “Pretendo continuar andando de moto e trabalhando até morrer”, sentencia Carlos Coradi, 73 anos. Quem vê o consultor financeiro passar com sua Harley-Davidson pelas ruas de Campinas, no interior de São Paulo, não duvida de sua afirmação. Pai de seis filhos (a caçula tem apenas oito anos), Coradi mantém uma rotina de fazer inveja a muitos jovens. Faixa-preta no judô, ele pratica esportes diariamente, trabalha mais de 12 horas diárias e desde adolescente mantém a paixão pela velocidade. Todo domingo, ele e os amigos do grupo de motociclistas “Anciãos ao Vento”, com integrantes entre 60 e 75 anos, se reúnem em viagens sobre duas rodas. Como se vê, é preciso saúde para gozar as benesses da “melhor idade”. E isso significa, entre outras coisas, postergar ao máximo o aparecimento de doenças crônicas como diabetes, doenças circulatórias e hipertensão, entre outras. A empresária Lígia Azevedo vai completar 70 anos neste ano. Considerada nos anos 80 a “Jane Fonda brasileira”, ela é um exemplo de quem está conseguindo se manter afastada desses males. Dona de um spa em Búzios, Lígia caminha diariamente durante 50 minutos, faz hidroginástica, terapia corporal, não come fritura e evita carne vermelha. A rotina à base de arroz integral, frango e salada, no entanto, não a exclui da vida social. “Amo brincar com meus netos, mas, se eu tiver uma festa, não vou deixar de ir”, diz a empresária, que viaja bastante em função de suas palestras sobre qualidade de vida. O corpinho enxuto e bem trabalhado faz com que ela ainda vista roupas de até 40 anos atrás. “Só uso roupa justa, nada do que é ‘apropriado’ para a minha idade”, conta a acriana radicada no Rio, lembrando que a indústria da moda é uma das que mais ignoram sua faixa etária.
Até quem já está no time dos que convivem com doenças crônicas pode, e deve, ter uma vida saudável. O cantor sertanejo Sérgio Reis, 70 anos, já sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), é diabético e fez uma angioplastia recentemente. Não se resignou. Além de tomar todos os seus remédios religiosamente e fazer check-up a cada seis meses, se mantém na ativa, fazendo o que mais gosta, cantar. São 16 shows por mês. Para descansar, o artista passa uns dias em um spa ao lado da mulher, Ângela Márcia, com quem se casou aos 66 anos. Seus outros elixires da juventude são o bom humor – “tristeza não entra no meu coração” – e o sexo. “Não posso tomar estimulantes sexuais porque sou cardíaco, então optei por uma bomba peniana”, revela. “Foram os US$ 10 mil mais bem gastos na minha vida, funciona que é uma beleza!”

A revolução sexual da nova terceira idade, proporcionada pelo avanço da medicina e pela maior capacidade física dessa faixa etária, permitiu que os relacionamentos florescessem entre os sessentões e setentões. Eleita a mais bela idosa de São Paulo em 2011, a ex-segurança Maria Conceição Liberato, 68 anos, colhe hoje os frutos de um amor iniciado em 2008 nos bailes dominicais do clube Elite Itaquerense, em Itaquera, zona leste de São Paulo. Aos 65, ela conheceu José Ademir, 14 anos mais jovem. “Foi amor à primeira vista”, derrete-se Conceição. Um ano depois, a atual aposentada realizaria o maior sonho de sua vida, casar de papel passado. “Ficar sozinha é muito triste. Já estava separada havia sete anos quando conheci o Ademir. Hoje ao lado dele me sinto mais realizada do que nunca”, conta.
A maior longevidade das próximas gerações trará grandes desafios no que diz respeito ao amor. Segundo o observador de tendências Adjiedj Bakas, um surinamês que mora na Holanda, o cenário futuro é de muito mais experimentação e, em decorrência disso, mais divórcios e novos casamentos, que serão cada vez mais curtos. Apesar da quantidade de encontros, com uma forcinha extra da internet e das novas tecnologias, a solidão será um tema de peso nas próximas décadas. “Acredito que as pessoas se casarão assinando contratos por tempo limitado, de dez anos, por exemplo, como carteira de motorista e passaporte”, diz Bakas. “Só renovarão se estiverem satisfeitos com a relação, do contrário, se separarão automaticamente.” 

Lígia, 69 anos, a dona do spa, teve dois casamentos e hoje, pela primeira vez, sente-se livre para namorar um rapaz mais novo. O consultor Saulo Lerner, 62, está casado pela segunda vez e forma o que os especialistas chamam de família mosaico – juntou os filhos do primeiro casamento dele com os da união anterior dela. E considera-se avô dos netos da esposa. O arquiteto Corullon, 61 anos, desfruta o frescor dos namoros na terceira idade. Sinais irreversíveis dos novos tempos, tais como as marcas em um rosto maduro.

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Disponível em http://www.istoe.com.br/reportagens/139317_ENVELHECER+BEM

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O crescimento da Terceira Idade no Brasil

 Oi queridos amigos,

Continuando a atualização do nosso blog vou postar aqui uma matéria muito interessante que li no portal terceiraidade.org que vai nos animar bastante, quer dizer, ainda mais... porque animação aqui é o que não falta, não é pessoal??? 
Vamos às boas notícias!!!
foto colunas 
A melhor idade é um eufemismo  usado no Brasil para referir-se aos cidadãos pertencentes à  terceira idade ou, mais apropriadamente, aos idosos.

O termo idoso recebe entre nós uma definição na forma da lei: "pessoa com idade igual ou superior a 60 anos". Atualmente o número de pessoas idosas não para de crescer no país e já ultrapassa 10% da população total. O Estatuto do Idoso, legislação editada em 2003, estabelece que os censos demográficos brasileiros deverão incluir dados relativos a esse segmento da população.

Entre os anos de 1940 e 2006, o número de idosos registrados no Brasil cresceu cerca de 11 vezes, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A previsão é que em 2025 esse número esteja na casa de 64 milhões de pessoas. Em 2050 estima-se que um em cada três brasileiros seja idoso. A sociedade e o governo devem estar preparados para essa nova realidade.

Em torno de 71% dos idosos registrados conseguem ter independência financeira. Eles são responsáveis por uma renda anual de R$ 243 bilhões, um poder de compra nada desprezível. Apenas 5% dos homens e 23% das mulheres dessa faixa da população declaram-se em dificuldades financeiras.

A maior parte da renda percebida pelos idosos, em torno de 49%, é originária de ganhos da Previdência. Em seguida, 39% dos rendimentos, são provenientes de trabalho. Receitas advindas de aluguéis representam 7% da renda anual declarada.

Do total de idosos conhecidos no Brasil, 55% são mulheres, que apresentam uma expectativa de vida superior aos homens. A viuvez das mulheres idosas é 3,4 vezes maior do que a dos homens idosos. Devido à expectativa de vida maior, e por terem mais chance de se tornarem viúvas na terceira idade, a tendência é que as mulheres idosas tenham uma velhice mais solitária.

Semelhante ao que acontece com a vida humana em todas as suas etapas, o tempo da terceira idade não representa somente um período de felicidade e prazeres, mas também são encontráveis nessa fase da vida muitas adversidades.

Um estudo realizado na Suécia e divulgado recentemente sugere que na atualidade as pessoas com mais de 70 anos possuem uma vida sexual mais ativa e sentem mais prazer do que os idosos de três décadas atrás. Em compensação, devido à redução de reflexos e no ritmo da caminhada, os idosos tornam-se as principais vítimas de atropelamento nas grandes cidades.

Consta que a grande maioria dos idosos, 83%, possui casa própria já quitada. Menos mal. Um relatório elaborado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em conjunto com o CFP (Conselho Federal de Psicologia), e divulgado faz pouco tempo, conclui que o Brasil não possui infra-estrutura mínima de abrigos para a população idosa. Segundo o relatório, alguns asilos visitados pelos pesquisadores são "depósitos de idosos abandonados", onde os internos vivem "sem família ou contato com a comunidade".

A coleta sistemática de dados sobre os idosos nos próximos censos demográficos permitirá a formação de um quadro de conhecimento mais preciso e consolidado sobre essa parcela significativa da nossa população. Esses dados tanto poderão ser usados para orientar o traçado de políticas de governo de amplo alcance, como também campanhas de cunho publicitário, já que os idosos despertam cada vez mais o interesse dos operadores do mundo dos negócios.

Fonte: http://www.portalterceiraidade.org.br